terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Vivente de amor descontente

Andando atrás do que supõe-se ser correto, concreto, completo
Chorando pouco, quase sem perceber a vida passa, perpassa, pirraça
Perto do começo de uma nova história que se mostra longa, lenga, lenta
Largando a esperança, entregando-se ao vento, vivendo, valendo

Vi chegar o moço, olhar cansado, sorriso fraco, andar arcaico
Vi contar o segredo conhecido, fingindo não saber de cór, de cor, de dor
Fingindo não sair suspeito, sujeito, de peito e sem jeito
Fingindo não saber sofrer, não querer arder, não sequer temer

Mecanicamente revela a surpreendente arte de viver... ou morrer
Talvez viver seja morrer e morrer seja viver;
Quanto mais se vive, mais se desgasta, regaça, sofre!
Quanto mais se morre, mais se vive na memória, na história, na estrofe!